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Criao da Comarca 3rlt

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Criao da Comarca - Foto: Andreas Antonius Horatiy (Domnio pblico)

J ento apresentavam as Alagoas indcios de prosperidade e desenvolvimento, quer do ponto de vista econmico, quer do cultural. Sua principal riqueza era o acar, sendo alm disso produzidos, embora em menor escala, mandioca, fumo e milho; couros, peles e pau-brasil eram exportados. As matas abundantes forneciam madeira para a construo de naus. Nos conventos de Penedo e das Alagoas os franciscanos mantinham cursos e publicavam sermes e poesias. ma3

Tudo isso justificou o ato rgio de 9 de outubro de 1710, criando a comarca das Alagoas, que somente se instalou em 1711. Da em diante, a organizao judiciria restringia o arbtrio feudal dos senhores, e at o dos representantes da metrpole. A comarca desenvolvia-se.

J em 1730 o governador de Pernambuco, propondo a el-rei a extino da decadente capitania da Paraba, assinalava a prosperidade de Alagoas, com seus quase cinquenta engenhos, dez freguesias, e aprecivel renda para o errio real. Ao lado do acar, incrementou-se a cultura do algodo. Seu cultivo foi introduzido na dcada de 1770; em 1778, j se exportavam para Lisboa amostras de algodo tecido nas Alagoas. Em Penedo e Porto Calvo, fabricava-se pano ordinrio, para uso, sobretudo, de escravos.

Em 1754, frei Joo de Santa ngela publicou, em Lisboa, seu livro de sermes e poesias; a primeira obra de um alagoano. A populao crescia, distribuindo-se em vrias atividades. Um cmputo demogrfico mandado realizar em 1816 pelo ouvidor Antnio Ferreira Batalha registrava uma populao de 89.589 pessoas.

Capitania Independente:

Trs anos depois, em 1819, novo recenseamento acusou uma populao de 111 973 pessoas. Contavam-se, ento, na provncia, oito vilas. Alagoas j se constitura capitania independente da de Pernambuco, criada pelo alvar de 16 de setembro de 1817. A repercusso da Revoluo Pernambucana desse ano contribuiu para facilitar o processo de emancipao. O ouvidor Batalha foi o principal mentor da gente alagoana.

Aproveitando-se da situao e infringindo as prprias leis rgias, desmembrou a comarca da jurisdio de Pernambuco e nela constituiu um governo provisrio. Esses atos foram suficientes para abrir caminhos que levaram D. Joo a sancionar o desmembramento. Sebastio Francisco de Melo e Pvoas, governador nomeado, s assumiu o governo a 22 de janeiro de 1819.

Acentuou-se a partir de ento o surto de prosperidade de Alagoas. Em 17 de agosto de 1831 apareceu o ris Alagoense, primeiro jornal publicado na provncia, assim considerada a partir da independncia do Brasil e organizao do imprio. certo que os primeiros anos de independncia no foram fceis. Uma sequncia de movimentos abalou a vida provincial: em 1824, a Confederao do Equador; em 1832-1835, a Cabanada; em 1844, a rebelio conhecida como Lisos e Cabeludos; em 1849, a repercusso da revoluo praieira.

Mudana de Capital:

Em 1839 a capital, ento situada na velha cidade das Alagoas, foi transferida para a vila de Macei, localizada beira-mar, no caminho entre o norte, o centro e o sul da provncia. No processo de mudana defrontaram-se as duas faces polticas mais importantes, uma chefiada pelo mais tarde visconde de Sinimbu, outra pelo juiz Tavares Bastos, pai do futuro pensador Tavares Bastos, nascido, alis, nesse ano de 1839. Naquele momento a provncia possua oito vilas. Desde 1835 funcionava a assembleia provincial.

No governo da provncia sucediam-se os presidentes nomeados pelo imperador, nem sempre interessados pelos destinos da terra, outras vezes envolvidos por lutas partidrias. A provncia, contudo, progredia. No campo da economia, vale salientar a fundao, em 1857, da primeira fbrica alagoana de tecidos, a Companhia Unio Mercantil, no distrito de Ferno Velho. Idealizou-a o baro de Jaragu, contribuindo dessa forma para o fomento da economia regional.

Trinta anos mais tarde, fundou-se a Companhia Alagoana de Fiao e Tecidos, que em 15 de outubro de 1888 se instalou em Rio Largo. Seguiu-se a esta, em 30 de setembro de 1892, a fundao da Companhia Progresso Alagoano, em Cachoeira. Dessa atividade txtil surgiram, com grande prestgio nacional, as toalhas da Alagoana.

O ensino recebeu incentivo com a instalao em 1849, do Liceu Alagoano, destinado ao nvel mdio; hoje o Colgio Estadual de Alagoas. O ensino primrio, j beneficiado em 1864 pelo estabelecimento de uma escola normal, hoje funcionando sob a denominao de Instituto de Educao, recebeu expressivo impulso com a criao de novas escolas. Com a fundao, em 1869, do Instituto Arqueolgico e Geogrfico Alagoano, hoje Instituto Histrico e Geogrfico de Alagoas, desenvolveram-se os estudos histricos e geogrficos.

Do final do imprio ao incio da repblica, incrementou-se o movimento para a construo de engenhos centrais e aperfeioamento tcnico da fabricao de acar, o que iria dar origem s usinas, a primeira delas constituda, todavia, j no perodo republicano.

Os movimentos abolicionista e republicano dos ltimos anos da monarquia atingiriam a provncia, o primeiro deles atravs da Sociedade Libertadora Alagoana e dos jornais Gutenberg e Lincoln. A campanha abolicionista mobilizou a intelectualidade alagoana, sem entretanto chegar aos excessos da violncia. Professores e jornalistas atraram a mocidade para a campanha, e aps a abolio, em 1888, foi um mestre como Francisco Domingues da Silva que teve a iniciativa da criao de um instituto de ensino profissional, destinado aos filhos dos ex-escravos.

Fonte Wikipdia

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Criao da Comarca - Foto: Andreas Antonius Horatiy (Domnio pblico)
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