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Palacio dos Lees (sede do governo estadual) - Foto: Claudinez Lacerda (Licena-cc-by-sa-3.0) |
A capital maranhense, lembrada hoje pelo enorme casario de arquitetura portuguesa, no incio abrigava apenas ocas de madeira e palha e uma paisagem quase intocada. Aqui, ficava a aldeia de Upaon-Au, onde os ndios tupinambs - entre 200 e 600, segundo cronistas ses - viviam da agricultura de subsistncia (pequenas plantaes de mandioca e batata-doce) e das ofertas da natureza, caando, pescando e coletando frutas.[20] Nos arredores da atual cidade de So Lus, habitava a etnia indgena dos potiguaras . 2e35v
Pr-histria
Antes mesmo da chegada dos ses, o lugar onde hoje est localizada a cidade de So Lus j era densamente habitado por povos indgenas. Atualmente, pesquisadores esto a procura de objetos arqueolgicos provavelmente enterrados no Sambaqui do Bacanga, localizado no Parque Estadual do Bacanga. Os pesquisadores criaram trincheiras procura de vestgios de novos artefatos que poderiam pertencer a populaes pr-histricas.
Querem tambm saber o perfil sociocultural dos humanos que habitaram essa regio. Esses objetos provavelmente pertenciam a populaes pescadoras–coletoras-caadoras-ceramistas pr-histricas que viviam no sambaqui do Bacanga. A descoberta poder ser muito importante, pois acredita-se que as populaes que viviam na Amaznia migraram para a Regio Nordeste do Brasil.
Em 1535, a diviso do Brasil pelos portugueses em capitanias hereditrias deu, ao tesoureiro Joo de Barros, a primeira oportunidade de colonizao europeia da regio. Na dcada de 1550, foi fundada a cidade de Nazar, provavelmente onde hoje So Lus, que acabou, no entanto, sendo abandonada devido resistncia dos ndios e dificuldade de o ilha.
Se, desde o final do sculo XVII, novos elementos da civilizao europeia j chegavam a So Lus por vias martimas (com destaque para os religiosos carmelitas, jesutas e franciscanos, que tambm aram a educar a populao), este processo de modernizao aumentou no novo ciclo econmico, trazendo benefcios urbanos para a cidade. Durante o perodo pombalino (1755-1777), aconteceu a canalizao da rede de gua e esgotos e a construo de fontes pela cidade.
Ocupao sa
Daniel de La Touche , conhecido como Senhor de La Ravardire, acompanhado de cerca de 500 homens vindos das cidades sas de Cancale e Saint-Malo, chegou regio em 1612 para fundar a Frana Equinocial e realizar o sonho francs de se instalar na regio dos trpicos. Uma missa rezada por capuchinhos e a construo de um forte nomeado de Saint-Louis ('So Lus'), em homenagem prestada a Lus IX patrono da Frana, e ao rei francs da poca Lus XIII , marcaram a data de fundao da nova cidade: 8 de Setembro.
Em novembro de 1614, os portugueses venceram os ses na Batalha de Guaxenduba, na Baa de So Jos. Em 1615, a tropa lusitana comandada por Alexandre de Moura expulsou os ses do Maranho e Jernimo de Albuquerque foi destacado para comandar a cidade. Aorianos chegaram cidade em 1620 e a plantao da cana-de-acar para a produo de acar e aguardente tornou-se, ento, a principal atividade econmica na regio.
Os ndios foram usados como mo de obra na lavoura. A produo foi pequena durante todo o sculo XVII e como, praticamente, no circulava dinheiro na regio, os excedentes eram trocados por produtos vindos do Par, Amaznia e Portugal. Rolos de pano eram um dos objetos valorizados na poca, constando inclusive nos testamentos dos senhores mais abastados.
Ocupao holandesa
Por volta de 1641, aportou, em So Lus, uma esquadra holandesa formada por 18 embarcaes, com mais de mil militares, sob o comando do almirante Jan Cornelisz Lichthart e pelo coronel Koin Handerson. O principal objetivo dos holandeses seria a expanso da indstria aucareira na regio. Antes da invaso em So Lus, os holandeses j haviam invadido grande parte do nordeste brasileiro e tomado outras cidades como Salvador, Recife e Olinda.
Os holandeses investiram contra So Lus, amedrotaram os moradores o que fez a cidade ficar deserta. Foi feito prisioneiro o governador da cidade o fidalgo portugus Bento Maciel Parente e tambm foi hasteada a bandeira holandesa. A cidade toda foi saqueada, igrejas de templos foram roubados, cerca de cinco mil arrobas de aucar foram roubados. Isso tudo resultou numa paralisao da economia maranhense. A produo da capitania era baseada na comercializao de tabaco, cravo, algodo, aguardente, aucar, sal, azeite, couro, farinha de mandioca, baunilha entre outros produtos.