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Invaso Holandesa - Foto: Domnio Pblico |
Invases holandesas o nome normalmente dado, na historiografia brasileira, ao projeto de ocupao da Regio Nordeste do Brasil pela Companhia Holandesa das ndias Ocidentais (W.I.C.) durante o sculo XVII. As invases holandesas foram o maior conflito poltico-militar da colnia. Embora concentradas no atual Nordeste, no se resumiram a um episdio regional. Fizeram parte do quadro de relaes internacionais entre os Estados europeus: foi uma luta pelo controle do acar, bem como das fontes de suprimento de escravos. Houve duas frentes interligadas, embora distantes: Brasil e frica. 2l6j4d
A resistncia foi caracterizada por um esforo financeiro e militar baseado em recursos locais e externos. Os recursos levantados na colnia representaram dois teros dos gastos entre 1630 e 1637, com tropas majoritariamente europeias; e quase a totalidade do gasto entre 1644 e 1654, com tropas mormente pernambucanas. Embora no aceito por alguns, pode-se falar no surgimento de um sentimento de nacionalismo brasileiro. A batalha de 19 de abril de 1648 resultou na vitria do 'exrcito patriota', integrado por combatentes das trs raas dominantes. Porm, a resistncia, com certeza, foi um marco do nativismo.
Depois de se desligar do domnio espanhol, a Holanda necessitava de colnias ou de produtos das colnias tropicais para sobreviver. A Bahia foi escolhida para a primeira grande invaso. Era ento governador-geral da colnia D. Diogo Mendona Furtado. Preocupado com o despreparo blico do Brasil, Mendona Furtado entrou em choque com a Igreja, que no via necessidade de preocupaes militares. Mesmo assim, os holandeses no tiveram muitos problemas para tomar a cidade.
Em 09 de maio de 1624, a esquadra holandesa, sob o comando de Jacob Willekens, aportou no Farol da Barra. Aps alvejar os canhes da Ponta do Padro, os 3.400 homens que compunham a esquadra holandesa no levaram muito tempo para render o governador-geral, que foi aprisionado na chamada Casa dos Governadores. A permanncia dos holandeses em terras baianas, no entanto, foi curta. Em 27 de maro de 1625, a esquadra de reforo portuguesa, comandada pelo espanhol D. Fradique de Toledo Osrio, chegou a terras baianas. Foram mais de 40 dias de batalha e, em 1 de maio, houve a primeira rendio.
Outras tentativas de invaso dos holandeses foram registradas na Bahia, mas nenhuma delas foi bem sucedida. A Bahia ficou como o centro da luta pela expulso dos holandeses, que chegaram a ocupar Pernambuco, Alagoas, Paraba e Rio Grande do Norte.
A invaso de Salvador (1624-1625)
Cientes da vulnerabilidade das povoaes portuguesas no litoral Nordeste brasileiro, os es da Companhia Neerlandesa das ndias Ocidentais (W.I.C.) decidiram pelo ataque ento capital do Estado do Brasil, a cidade do Salvador, na capitania da Bahia. Desse modo, uma armada da W.I.C. transportando um efetivo de cerca de 1.700 homens sob o comando do almirante Jacob Willekens, em 10 de Maio de 1624, atacou e conquistou a capital. Em pnico, os habitantes retiraram-se para o interior. O governador-geral, Diogo de Mendona Furtado (1621-1624), entrincheirou-se no palcio, mas tanto ele como o filho e alguns oficiais foram aprisionados e enviados para os Pases Baixos. O governo da cidade ou a ser exercido pelo fidalgo holands Johan Van Dorth.
Em 1625 a Espanha enviou, como reforo, uma poderosa armada de cinquenta e dois navios, sob o comando de D. Fadrique de Toledo Osrio, marqus de Villanueva de Valduesa, e do general da armada da Costa de Portugal, D. Manuel de Meneses, a maior ento enviada aos mares do Sul: a famosa Jornada dos Vassalos, com quase quatorze mil homens. Essa expedio derrotou e expulsou os invasores holandeses a 1 de maio desse mesmo ano.